Hoje é dia dos avós.
Os meus avôs morreram pouco depois do meu nascimento, apenas fiquei com as duas avós viúvas.
Cada uma especial à sua maneira.
A minha avó Vitória (a origem do nome da minha filha) tomou conta de mim e do meu irmão enquanto os meus pais trabalhavam.
Ainda me lembro do seu caldo de borrego com legumes quando eu estava doente, da papa de fruta com banana e bolachas e de ouvir os parodiantes na antiga telefonia.
A minha avó Maria, apelidada por avó Botas pelo meu filho, pelas imensas botas de lã que fez até falecer.
Esta avó começava a preparar a compra das nossas prendas de Natal, ainda no Verão.
Tínhamos sempre as últimas novidades.
Quando íamos passar o dia com ela, nós tínhamos direito a escolher o menu, que fazíamos variar entre frango do churrasco ou costeletas de porco com arroz branco, onde se juntava a gordura da fritura da carne.
Infelizmente as duas já partiram, se fossem vivas, a avó Vitória teria 101 anos e a avó Botas 97.
Sinto imensa falta delas, mas sei que fui uma previligiada em as ter como avós.
Ana